sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

PRODUÇÃO TEXTUAL SODRE PATATIVA

Patativa do Assaré era muito
inteligente conseguia criar cordeis
mesmo de baixo do sol quente.
Patativa o poeta brasileiro
ele era um homem pobre mas tinha
fé em deus mesmo sem ter ido a escola
na raça ele aprendeu.
Patativa do Assaré era um homem trabalhador
mesmo sem ter estudos ganhou diploma de doutor.
Patativa do Assaré tinha problema de visão mas
com seu suor nunca desistiu de seus cordeis
ele também foi homenageado com muitos trofeis.


AUTOR:Vinicius Nunes dos Santos


VERSOS

No sertão do Ceará
nasceu um grande escritor
poeta que não esconde
a voz de agricultor
sem leitura,sem escola
mas nunca pediu esmola
só a DEUS o criador.

Patativa do Assaré
poeta de tradição
falou da seca, da fome
da miséria do sertão
da lavoura do passado
da triste vida de gado
dos tempos de plantação.

Mesmo sendo analfabeto
não desistiu do pensar
da poesia dos versos
do canto do canto do sabiá
do grito da passarada
do nascer da alvorada
no berço do Ceará.

Foi grande compositor
destacou na poesia
na rima foi excelente
encantou na melodia
humilde por natureza
mas digo tenho certeza
era rico e não sabia.

Rico de conhecimento
um sábio no aprendiz
ganhou nome pré-histórico
conquistou tudo que quis
mostrou que sem ter leitura
ganhou sua formatura
orgulhando seu país.

Por não saber escrever
na memória ele guardava
as obras que produzia
os versos que recitava
morreu mas muito deixou
assim seu pai o chamou
seu trajeto completou.



AUTORAS:Mônica,Luciana.Vandercleia,Ana Claudia,Jaqueline






PATATIVA DO ASSARÉ POETA DA LINGUAGUEM POPULAR

Patativa do Assaré
foi e sempre será
um símbolo do nordeste
e de todo povo do Ceará.

Da natureza com todo
ele era o defensor
abordava em seus versos
a natureza com muito amor.

Também não deixava de lado
o povo sofredor
que tinha uma vida amarga
e sofria com grande dor.

Amador da linguagem e da justiça
era contra a desigualdade
da raiz da crueldade
que brotava na sociedade.

Mas que um poeta
era amante da poesia
poeta como ele não
se encontra todo dia.


AUTORA: Aline TEMOTEO

CORDEL

Boa tarde minha gente
É com grande emoção
Para falar desse tema
Pedimos sua atenção.

Patativa do Assaré
é o assunto a tratar
preste muita atenção
ão que nos vamos falar.

Esperamos minha gente
que todos vocês entenda
tudo que vamos falar
nesse pequeno poema.

Patativa foi um homem
humilde e trabalhador
trabalhou deste criança
como um agricultor.

Era um homem podre
e tinha bom coração
se expirava em seus versos
com muita dedicação.

Patativa homem humilde
morava lá no sertão
não teve um bom estudo
mas teve educação.

quem ainda não conhece
procure saber agora
Patativa do Assaré
e um pouco da sua história.

Patativa ficou órfão
e teve que trabalhar
porque tinha uma família
pra ajudar a sustentar.

Com seus 14 anos
começou a escrever
os versinhos e poemas
para os Serranos ler.

Com linguagem informal
Contava o que sabia
Falava da sua terra
Sobre o que acontecia.

Todo mundo adorava
Os versos que ele fazia
Sobre o povo do sertão
E tudo que eles sofria.

Patativa foi aos poucos
Conquistando o seu talento
Com versos muito bonito
Que tinha no pensamento.

Ele amava sua casa
E todo que ele tinha
Inclusive sua esposa
Que se chamava Belinha.

Patativa, Patativa
que hoje está no céu
iniciou o seu trabalho
com repente e cordel.

Patativa do Assaré
nos queremos te dezer
esse um trabalho nosso
dedicado a você.



AUTOR(A):Maria Zenilda dos Santos
Thais dos Santos
José Roniero Tavares Rodrigues










terça-feira, 10 de novembro de 2009

BIOGRAFIA DE PATATIVA DO ASSARÉ


Uma infância sertaneja

Segundo filho de um agricultor pobre da região do Cariri, havendo perdido muito jovem a visão em um dos olhos em conseqüência de uma doença, órfão de pai aos oito anos, Antônio Gonçalves da Silva é, naturalmente, conduzido a ajudar sua mãe e sua família participando dos trabalhos nos campos, meio de subsistência tradicional para os habitantes dessa região. Escolarizado durante seis meses quando tinha doze anos, ele reconhece que seu mestre, embora extremamente atencioso e generoso, era precariamente letrado e não sabia ensinar a pontuação. É assim que ele aprende a ler sem ponto nem vírgula, como se o ritmo das palavras fosse dado unicamente pela voz. Esta estranha aprendizagem, em realidade, é apenas a expressão profunda da oralidade que caracteriza a cultura popular e a tradição dos poetas-repórteres. Como a maior distração do jovem Antônio, desde seu retorno dos campos, era ler ou escutar seu irmão mais velho ler os folhetos da literatura de cordel, ele descobriu muito cedo sua vocação poética e iniciou, ao contato desta literatura, a composição de versos: “De treze a quatorze anos comecei a fazer versinhos que serviam de graça para serranos, pois os sentidos de tais versos eram o seguinte: brincadeiras de noite de São João, testamento do Juda, ataque aos preguiçosos que deixavam o mato estragar os plantios da roça, etc.” Aos dezesseis anos, adquire uma viola de dez cordas e decide fazer improvisações segundo a tradição sertaneja dos violeiros, tratando de todos os assuntos concernentes à sua experiência profissional, sobre o modelo: motivo-glosa. Põe-se a cantar por prazer, na esperança de ser convidado para as festas: comemoração de santos, casamentos e participou assim da vida local: “A poesia sempre foi e ainda está sendo a maior distração da minha vida. O meu fraco é fazer verso e recitar para os admiradores, porém, nunca escrevo meus versos. Eu os componho na roça, ao manejar a ferramenta agrícola e os guardo na memória, por mais extenso que seja” confessa ele. Assim, se ele continuou a entregar-se às improvisações pelo prazer, a poesia que ele destina à transcrição está intimamente ligada ao ritmo do trabalho quotidiano, acompanhando os gestos dos trabalhos do campo e composta mentalmente ao longo dos anos, servindo-se de capacidades impressionantes de memorização.

Um poeta itinerante

Aos vinte anos, na ocasião de uma visita ao vilarejo de um primo materno, este último, encantado pelas improvisações de Antônio, pediu autorização à sua mãe para que lhe permitisse seguir com ele para o estado do Pará, propondo-se, de sua parte, a auxiliar nas necessidades do jovem e consentindo que este retornasse a seu lar sempre que quisesse. Foi nesta ocasião que ele conheceu o escritor cearense José Carvalho de Brito, que lhe consagrou um capítulo em seu livro intitulado O Matuto cearense e o Caboclo do Pará. Além disto, este publica os primeiros textos de Antônio Gonçalves da Silva em O Correio do Ceará para o qual ele colaborava. Estes textos foram acompanhados de um comentário nos quais José Carvalho de Brito comparava a poesia espontânea de Antônio Gonçalves da Silva à pureza do canto da patativa, pássaro do Nordeste. Foi assim que nasceu o pseudônimo de Patativa. Pois, para distingui-lo de outros improvisadores, se lhe acrescia o topônimo de sua vila natal: Assaré. Patativa do Assaré empreendeu então uma viagem a Belém, em seguida a Macapá onde ficou dois meses. Julgando a vida relativamente insípida, e não apreciando o fato de deslocar-se sistematicamente por barco para ir de uma casa à outra, decidiu retornar a Belém onde continuou suas improvisações em companhia de outros poetas como Francisco Chapa, Antônio Merêncio e Rufino Galvão. Ao termo de cinco meses, não resistindo mais aos ataques de saudades, ele decidiu tornar a viver no Ceará.

A consagração oficial

Em seu retorno, José Carvalho de Brito entregou-lhe uma carta de recomendação para obter uma audiência com a Dra. Henriqueta Galeno, filha do poeta Juvenal Galeno. Ele foi recebido com honras dignas de um “poeta de classe, um poeta de cultura, um poeta erudito” e improvisou, em seu salão, acompanhado de sua viola. De volta a Assaré, retomou os trabalhos do campo aos quais dedicou o resto de sua vida. Havendo sido notado pelo latinista José Arraes de Alencar, que lhe havia escutado improvisar pela Rádio Araripe, este convoca-o para perguntar porque não publicava seus textos tão “dignos de atenção e próprios de divulgação” . Patativa do Assaré argumentou que não era mais do que um pobre agricultor e que não dispunha, portanto, de meios de publicar sua obra. José Arraes de Alencar lhe propõe uma solução: ele se encarregaria das negociações com o editor Borçoi no Rio de Janeiro e Patativa do Assaré lhe reembolsaria os custos da impressão com o produto da venda dos livros. É assim que surge a sua primeira compilação Inspiração nordestina, em 1956. No prefácio, José Arraes de Alencar sublinha as qualidades particulares aos poetas nordestinos: “Nada arranca aos rapsodos nordestinos a admirável espontaneidade, que é um milagre da inteligência, um inexplicável poder do espírito, faculdade portentosa daqueles homens simples e incultos, de cuja boca prorrompem, em turbilhões, os mais inspirados versos, as trovas mais dolentes e sentimentais, ou épicas estrofes, que entusiasmam e arrebatam” . Havendo superado seu primeiro receio de não estar em condições de reembolsar, Patativa do Assaré aceitou. O sucesso da antologia lhe permitiu uma segunda edição em 1966, enriquecida de novos textos: Cantos de Patativa. Nesta ocasião, ele passou quatro meses no Rio de Janeiro; entretanto a venda de seus livros se deu essencialmente no Ceará.

A divulgação da obra

Em 1970, o professor José de Figueiredo Filho publicou uma nova coletânea de poemas acompanhada de seus comentários: O Patativa do Assaré. Em 1978, a partir da iniciativa do professor Plácido Cidade Nuvens (que trabalha na Fundação do Padre Ibiapina cuja missão é preservar e divulgar a cultura popular do Cariri), foi publicada pela Editora Vozes a compilação Cante lá que eu canto cá, considerada até hoje como a compilação da maturidade. Em 1988, surge uma nova antologia de textos de Patativa do Assaré, intitulada Ispinho e Fulô sob a direção de Rosemberg Cariry, que compreende uma seleção de textos publicados nos folhetos, jornais, revistas ou discos, produtos de numerosos recitais feitos pelo país. Mais recentemente, na ocasião de seu octogésimo sexto aniversário, a Secretaria de Cultura do Estado do Ceará publicou uma coletânea de textos em homenagem ao poeta (Aqui tem coisas) que salienta sua originalidade, sua ancoragem na oralidade, graças à prática da improvisação e à técnica de desafios poéticos: “Métrica, ritmo e rima fluem com a naturalidade com que enuncia seu canto. O que ele diz é transcrito para o papel, mas continua fiel aos códigos de transmissão oral. É como se ele estivesse em permanente peleja, não contra um rival de ofício, que ninguém chegaria à sua estatura, mas com a própria poesia. Ele é o seu opositor e o seu duplo. A oralidade não seria decorrente de sua cegueira, não que ele também retoma uma tradição que passa por Homero, Aderaldo e Borges”. Assim, Patativa do Assaré, enquanto mestre da poesia oral, nunca tentou publicar um texto com seus próprios meios, mas foi sempre publicado pelos admiradores de sua obra. Da mesma forma, ele continua a ser solicitado tanto pelos amadores quanto pelos especialistas da cultura popular, não somente brasileiros mas também estrangeiros, que se interessam ao mesmo tempo pelo processo de criação e de transmissão desta tradição nordestina.